quarta-feira, 30 de abril de 2008
Tomei a liberdade de colocar esse texto com um único objetivo:Qual a sua opinião?
Silvana Oliveira
Harmonia racial?!
Brasil: país tropical, terra do futebol, de mulatas bonitas e sensuais, da “harmonia racial” e de tantas outras maravilhas.
É engraçado saber que um país tão harmonioso racialmente tem seus negros tão injustiçados. Ao entrar num supermercado, por exemplo, o negro (na maioria das vezes) tem seus passos monitorados de perto por seguranças atentos. Porque isso? Então não há discriminação racial no Brasil??? O caso mais recente aqui em Recife envolveu a ex-rainha do carnaval de 2005 da cidade. Ao sair de uma das lojas do hipermercado Bompreço, a mulata foi abordada por estar portando um livro, que era de sua propriedade, e obrigada a mostrar a nota fiscal, a qual ela não tinha no momento. Então tentou explicar o mal entendido dizendo que estava a caminho da faculdade antes de entrar na loja... Foi surpreendida pela resposta dos seguranças, eles disseram que negro não tinha inteligência suficiente para entender uma leitura, nem para estudar, portanto aquilo seria produto de roubo. A universitária denunciou o caso numa delegacia da cidade, provou a propriedade do livro e processou a rede de lojas. Isso é harmonia racial??? A criança negra geralmente é motivo de chacotas e piadinhas de mau gosto na escola, o homem negro é ridicularizado por policiais, que deveriam servir e proteger sem importar a quem. O que mais falta para admitirmos que o povo desse país precisa mudar sua mentalidade e começar a respeitar as diferenças???
O preconceito contra o negro é histórico. Para a igreja, o negro não tinha alma, assim justificavam sua omissão em relação à escravidão negra. O que mais me irrita é o fato de maquiarmos o racismo que assola nosso país. Quem vive aqui, principalmente o negro, sabe muito bem do que estou falando. O mais engraçado é saber que a maior parte da população do nosso país é mestiça, não há ninguém de “raça pura” aqui não! Aliás, esse conceito de raça nem existe mais. Somos de uma etnia ampla, que absorveu cultura e traços de vários povos ao longo de sua história, mas infelizmente tem gente que ainda não enxerga isso.
Essa ilusão de harmonia racial que o mundo acredita existir aqui no Brasil, em parte, foi alimentada pelo escritor, sociólogo... pernambucano, Gilberto Freyre. Ele dizia que “os brancos, sentiam-se atraídos pelo carisma do negro e que por mais que fossem rígidos, tinham no negro escravo, um amigo”. Que existia certa atração é verdade; mas essa atração era sexual. Geralmente, senhores de engenho, satisfaziam seus desejos sexuais com as mucamas. Transformavam-nas em escravas sexuais, faziam com elas tudo que era proibido com suas nobres e honrosas esposas brancas. O próprio Freyre afirma em uma de suas mais importantes obras “Casa grande e senzala” que: “a mulher branca, é para casar, constituir família; e a negra, era para fu...”. Infelizmente, até hoje, é assim que funciona o sistema para alguns.
Outro ponto crítico, que confirma a desigualdade entre brancos e negros, é o “sistema de cotas para negros” nas universidades públicas e federais do nosso país. O estudante negro que conclui seus estudos na rede pública de ensino tem uma chance quase nula de conquistar uma vaga nessas entidades através do “peneirão” do vestibular; pois, seus concorrentes são, na sua maioria, jovens brancos da classe média alta, que cursaram toda sua vida escolar em colégios tradicionais e têm com isso uma base extremamente superior a deles. Por um lado, o projeto escancara para sociedade a real situação em que se encontra o jovem negro, sem oportunidades. Mas, por outro lado, no meu ponto de vista, essa medida acabará gerando discriminação contra o branco, que teve mérito para conquistar uma vaga, que terminará sendo retirada dele e entregue a um negro pelo “sistema de cotas”. Ainda bem, que com meu esforço, consegui uma vaga numa universidade federal; pois tenho certeza que depois que o “sistema de cotas” entrar em vigor, o negro que estudar, ralar, batalhar e que por mérito conseguir uma vaga numa federal, vai levar tapinha nas costas lá dentro e ouvir: “E aí negão, entrou nos 10% não foi? Tirou a vaga de um que estudou...”. Como mudar essa situação? Investir na melhoria do ensino público do nosso país, essa é a solução! Aumentar salários de professores; reciclá-los e estimulá-los a interagir mais com seus alunos, instigar a curiosidade deles, estimular o hábito à leitura, ao conhecimento, e assim transformá-los em reais candidatos a uma vaga no ensino superior gratuito nas instituições do nosso país.
No Brasil há um racismo maquiado, disfarçado, que é o pior de todos; porque não sabemos de onde, nem de quem vem, e assim não podemos combatê-lo. Sou totalmente anti-EUA, mas acho correto o fato de alguns habitantes norte-americanos expressarem abertamente seu racismo, pois assim é mais fácil de combatê-lo, pois se sabe de qual lado virá o chumbo; não é bala perdida como no Brasil não.
Acredito que a conscientização do povo brasileiro ainda vai tardar. A discriminação e o preconceito, ainda farão parte do nosso cotidiano, mas a partir do surgimento de projetos sociais educativos e da atuação de educadores capacitados, desde a formação das nossas crianças até sua formação no ensino superior, isso tudo irá mudar. Quem sabe numa geração futura não irão pensar assim: “Rapaz, há tempos atrás havia discriminação racial no mundo... Que absurdo! Como poderia haver isso se todos nós somos iguais?!”. Um Brasil sem desigualdade, um mundo melhor, esse é meu desejo, e com certeza o desejo de muitos outros também.
**Viviane Aquino** (Estudante de História)
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Silvana Oliveira
Harmonia racial?!
Brasil: país tropical, terra do futebol, de mulatas bonitas e sensuais, da “harmonia racial” e de tantas outras maravilhas.
É engraçado saber que um país tão harmonioso racialmente tem seus negros tão injustiçados. Ao entrar num supermercado, por exemplo, o negro (na maioria das vezes) tem seus passos monitorados de perto por seguranças atentos. Porque isso? Então não há discriminação racial no Brasil??? O caso mais recente aqui em Recife envolveu a ex-rainha do carnaval de 2005 da cidade. Ao sair de uma das lojas do hipermercado Bompreço, a mulata foi abordada por estar portando um livro, que era de sua propriedade, e obrigada a mostrar a nota fiscal, a qual ela não tinha no momento. Então tentou explicar o mal entendido dizendo que estava a caminho da faculdade antes de entrar na loja... Foi surpreendida pela resposta dos seguranças, eles disseram que negro não tinha inteligência suficiente para entender uma leitura, nem para estudar, portanto aquilo seria produto de roubo. A universitária denunciou o caso numa delegacia da cidade, provou a propriedade do livro e processou a rede de lojas. Isso é harmonia racial??? A criança negra geralmente é motivo de chacotas e piadinhas de mau gosto na escola, o homem negro é ridicularizado por policiais, que deveriam servir e proteger sem importar a quem. O que mais falta para admitirmos que o povo desse país precisa mudar sua mentalidade e começar a respeitar as diferenças???
O preconceito contra o negro é histórico. Para a igreja, o negro não tinha alma, assim justificavam sua omissão em relação à escravidão negra. O que mais me irrita é o fato de maquiarmos o racismo que assola nosso país. Quem vive aqui, principalmente o negro, sabe muito bem do que estou falando. O mais engraçado é saber que a maior parte da população do nosso país é mestiça, não há ninguém de “raça pura” aqui não! Aliás, esse conceito de raça nem existe mais. Somos de uma etnia ampla, que absorveu cultura e traços de vários povos ao longo de sua história, mas infelizmente tem gente que ainda não enxerga isso.
Essa ilusão de harmonia racial que o mundo acredita existir aqui no Brasil, em parte, foi alimentada pelo escritor, sociólogo... pernambucano, Gilberto Freyre. Ele dizia que “os brancos, sentiam-se atraídos pelo carisma do negro e que por mais que fossem rígidos, tinham no negro escravo, um amigo”. Que existia certa atração é verdade; mas essa atração era sexual. Geralmente, senhores de engenho, satisfaziam seus desejos sexuais com as mucamas. Transformavam-nas em escravas sexuais, faziam com elas tudo que era proibido com suas nobres e honrosas esposas brancas. O próprio Freyre afirma em uma de suas mais importantes obras “Casa grande e senzala” que: “a mulher branca, é para casar, constituir família; e a negra, era para fu...”. Infelizmente, até hoje, é assim que funciona o sistema para alguns.
Outro ponto crítico, que confirma a desigualdade entre brancos e negros, é o “sistema de cotas para negros” nas universidades públicas e federais do nosso país. O estudante negro que conclui seus estudos na rede pública de ensino tem uma chance quase nula de conquistar uma vaga nessas entidades através do “peneirão” do vestibular; pois, seus concorrentes são, na sua maioria, jovens brancos da classe média alta, que cursaram toda sua vida escolar em colégios tradicionais e têm com isso uma base extremamente superior a deles. Por um lado, o projeto escancara para sociedade a real situação em que se encontra o jovem negro, sem oportunidades. Mas, por outro lado, no meu ponto de vista, essa medida acabará gerando discriminação contra o branco, que teve mérito para conquistar uma vaga, que terminará sendo retirada dele e entregue a um negro pelo “sistema de cotas”. Ainda bem, que com meu esforço, consegui uma vaga numa universidade federal; pois tenho certeza que depois que o “sistema de cotas” entrar em vigor, o negro que estudar, ralar, batalhar e que por mérito conseguir uma vaga numa federal, vai levar tapinha nas costas lá dentro e ouvir: “E aí negão, entrou nos 10% não foi? Tirou a vaga de um que estudou...”. Como mudar essa situação? Investir na melhoria do ensino público do nosso país, essa é a solução! Aumentar salários de professores; reciclá-los e estimulá-los a interagir mais com seus alunos, instigar a curiosidade deles, estimular o hábito à leitura, ao conhecimento, e assim transformá-los em reais candidatos a uma vaga no ensino superior gratuito nas instituições do nosso país.
No Brasil há um racismo maquiado, disfarçado, que é o pior de todos; porque não sabemos de onde, nem de quem vem, e assim não podemos combatê-lo. Sou totalmente anti-EUA, mas acho correto o fato de alguns habitantes norte-americanos expressarem abertamente seu racismo, pois assim é mais fácil de combatê-lo, pois se sabe de qual lado virá o chumbo; não é bala perdida como no Brasil não.
Acredito que a conscientização do povo brasileiro ainda vai tardar. A discriminação e o preconceito, ainda farão parte do nosso cotidiano, mas a partir do surgimento de projetos sociais educativos e da atuação de educadores capacitados, desde a formação das nossas crianças até sua formação no ensino superior, isso tudo irá mudar. Quem sabe numa geração futura não irão pensar assim: “Rapaz, há tempos atrás havia discriminação racial no mundo... Que absurdo! Como poderia haver isso se todos nós somos iguais?!”. Um Brasil sem desigualdade, um mundo melhor, esse é meu desejo, e com certeza o desejo de muitos outros também.
**Viviane Aquino** (Estudante de História)
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3 comentários:
Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
. Lavagem Cerebral - Gabriel O Pensador
Ná Sobral
Sivana adorei essa sua postagen. E tenho o mesmo desejo que você ter um Brasil livre de preconceitos, independentes de quais sejam esses preconceitos. Enquanto isso não acontece podemos tomar cada um uma atitude, acabar com o preconceito a partir de nós mesmos. Beijos a todos, Eva Venenosa.
Ñ imaginava q vc tivese essa opinião s obre iss o é mt legau.
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